sábado, 5 de julho de 2008

Fungos e Biotecnologia.

Tecnologia, como ferramenta de conhecimento que promove ou possibilita o desenvolvimento e aprimoramento de técnicas, estando totalmente sujeita a fatores ligados ao tempo, à história, pode estender-se, através do homem, aos seres vivos em sentido qualitativo e quantitativo. É através deste conjunto de modos, práticas e métodos, que é a tecnologia, que os seres humanos chegam a realizar novas descobertas capazes de, geralmente, executar de maneira mais cômoda e eficiente atividades a eles essenciais e/ou peculiares não só no campo inteiramente físico ou químico, mas também no biológico, no campo dos seres vivos. Para isto, o conhecimento do funcionamento o mais detalhadamente possível destes seres é cabal, e este conhecimento vai permitir justamente a aplicação de tecnologia sobre eles, aparecendo, assim, a biotecnologia.


É uma prática da biotecnologia provocar a alteração das respostas naturais de seres vivos a estímulos determinados. É justamente aí onde o conhecimento detalhado do funcionamento dos organismos vai permitir experimentações tecnológicas que visem às espécies assumirem comportamentos estratégicos em suas respostas a estímulos específicos, visando, mais praticamente, interesses econômicos ou sociais.


Uma das maneiras mais promissoras para o estabelecimento da biotecnologia no meio científico foi a eficácia de sua relação com a genética. E, dentre os organismos vivos que melhor possibilitaram esta relação, estão os fungos. Isto porque estes seres, como eucariotos e terem um curto período de reprodução, puderam ser usados facilmente em manipulação genética e, assim, ajudar na resolução de vários problemas do âmbito, gerando interessantes conteúdos de conhecimento. Foi descoberto com os fungos, por exemplo, em 1941, que genes são responsáveis pela produção de proteínas, como as enzimas. A partir daí, uma intensa quantidade de novas informações a respeito dos sistemas genéticos chegou aos cientistas, informações que confirmaram plausivamente as teorias relacionadas à hereditariedade, consolidando de vez a biotecnologia, ou seja, criando o terreno essencial para seu estabelecimento. E o grande responsável por tudo isto foi o fato de estarem justamente na genética as mais interessantes maneiras de manipular, da forma mais aspirada, os sistemas vivos, controlando as formas sob as quais proteínas, aminoácidos, e carboidratos, dentre outros, bem como ações direta e indiretamente deles dependentes surgem nas células e tecidos.


Observando-se um fator conhecido como variabilidade natural, foi possível, através de cruzamentos entre linhagens, desenvolver populações de fungos mais apropriadas aos interesses industriais, como aconteceu com a espécie fúngica Penicillium chrysogenum, produtora da penicilina; um melhoramento genético bastante significante fora realizado sobre esta espécie. É interessante citar a importância de algumas técnicas bastante utilizadas pela biotecnologia moderna, como o DNA recombinante e a fusão de protoplastos; por meio destas técnicas foi possível adicionar ao pool gênico de algumas espécies novas características, aumentando seu valor biotecnológico. Esta adição de novas características significa adição de novos genes e, no caso dos fungos, existindo várias espécies que não causam qualquer injúria ao seres humanos e outros mamíferos, é bastante satisfatório utilizá-los como hospedeiros de genes originais de outros organismos. Foi esta utilização, por exemplo, que permitiu a produção de substâncias como a insulina, o hormônio de crescimento humano e o interferon, sinteticamente.


Assim, os fungos vêm desempenhando um importantíssimo papel cada vez mais importante para a evolução da biotecnologia, sendo importante também citar o fato de que, por em bactérias (hospedeiros tradicionais de genes clonados) proteínas não serem modificadas de maneira apropriada, e esta modificação dar-se a nível excelente em fungos, o rendimento em peso por litro do produto desejado é, em geral, maior quando fungos são utilizados como hospedeiros.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Vegetarianismo: uma opção "obrigatória".

Se eu pedisse para você imaginar como o planeta Terra está hoje, ou seja, construir uma imagem em sua mente que caracterizasse como ele se encontra atualmente, qual seria a imagem formada? Poderia ser, por exemplo, a imagem do próprio planeta (que todos já viram na televisão) com alguma característica especial. Bem, eu fiz isto, a imagem que veio à minha mente foi uma Terra em chamas.

Uma Terra em chamas... Por quê?

Esta sugestão de imaginar o planeta Terra é algo que recorre bem ao individual de cada um, ao conteúdo particular que cada pessoa possui em relação à sua idéia da Terra e de como ele a vê hoje, certamente. Desde quando eu comecei a estudar o vegetarianismo, há 6 anos, vim adquirindo uma concepção vasta de como eu poderia caracterizar a Terra; leituras, vídeos, aulas, palestras, seminários etc., foram os subsídios essenciais para eu imaginar que o planeta no qual vivemos está em chamas.

Com certeza, o aquecimento global tem muito a ver com isto, contudo, embora alguns afirmem que grande culpa deste problema seja o consumo de carne, eu acho mais coerente afirmar que, na verdade, o culpado é o próprio homem.

Então, a Terra está em chamas porque o homem está exaurindo a capacidade que ela tem de controlar a quantidade de calor essencial à manutenção de uma biosfera surgida há pouquíssimo tempo em relação à idade da própria Terra. Quantas pessoas sabem disto! Mas nem 10% delas, parece-me, importa-se com isto.

Fatos mostram claramente o quanto a produção de carne exige muitas vezes mais do meio ambiente recursos naturais em relação à produção de vegetais, em equivalência. Em 1 hectare dá para se produzir, dependendo do vegetal em questão, mais de 5 vezes a quantidade de alimento vegetal em relação à quatidade de carne naquele mesmo hectare. A produção de 1 quilograma de carne exige milhares de litros de água a mais que a produção de 1 quilograma de vegetal. Durante a produção de carne, existe a eliminação dos desejos dos animais, que, podendo ser estes encontrados aos milhares numa única grande indústria de produção, produzem quantidades imensas de material orgânico a ser despejado em rios, mares e oceanos, contribuindo efetivamente para a poluição destes locais e, conseqüentemente, para desequilíbrios ambientais gerais.

Além disto, é indispensável alertar para o fato de que a produção de carne ainda exige o desmatamento de florestas e matas, o que é feio quase sempre através de queimadas. Temos aí, pelo menos, dois grandes problemas: a remoção da camada vegetal tão importante para a climatização da região, e a emissão de gases danificadores das camadas aéreas protetoras e possibilidatadoras da vida na Terra (camada de ozônio e de gás carbônico).

Enquanto eu penso tudo isto, é intensamente indispensável para mim avaliar que estamos falando de processos provocados por aquele ser que se considera o mais evoluído, detentor da razão. Como pode este ser, por ter um telencéfalo superdesenvlvido, simplesmente submeter-se a este antagonismo? Eu tenho a resposta: ter um telencéfalo superdesenvolvido e a grande capacidade de raciocínio não são suficientes; é essencial que exista algo mais de diferente, percebo nos vegetarianos efetivos, algo que permita a este ser uma capacidade cuja informação a respeito dela ainda está na iminência de ser produzida pela ciência.

Decidir não comer carne, quando se nasce no ocidente e em muitos lugares do oriente, se for esta decisão tomada com intensidade, é algo que pode envolver sobremaneira aquela capacidade oculta (a qual citei anteriormente), e esta capacidade é "reconfigurar a cultura no interior de si próprio, do indivíduo". Isto partirá da preocupação deste indivíduo com algo mais coerente à sua existência, preocupação embasada em fatores adquiridos através da utilização, por sua vez, da grande capacidade de racionalização inerente ao homem.

Portanto, se há a possibilidade de um indivíduo passar a se preocupar com a Terra, ele deverá, de forma direta, procurar uma maneira, utilizando sua racionalização, de cuidar da própria Terra. E uma maneira mais próxima dos indivíduos humanos para fazer isto é, justamente, a alimentação. Imagine, simplesmente, agora, se o ser humano nunca tivesse necessitado se alimentar... Se ele nunca, durante toda a sua história, tivesse necessitado nem sequer arrancar uma fruta de uma árvore ou bebido nenhuma gota de água... Bem, o resultado desta imaginação é simples: demonstra-se que, neste caso, o planeta Terra estaria "beeeem" diferente.

O que quero sugerindo esta imaginação é trazer à tona a enorme influência que a alimentação tem na vida do homem e o quanto, de maneira apoteótica, ela tem sido responsável, quase sempre, pelo curso, que se conhece, da humanidade ao longo de sua própria história.

Penso, desta forma, que uma modificação na alimentação humana, retirando dela, ou diminuindo, os contribuintes aos maiores problemas ambientais, como desmatamento, queimadas, utilização exagerada dos recursos naturais, há uma forma de começar a "salvar" (se isto ainda for possível) a Terra, ou adiar desgraças futuras a ela pelos cientistas já previstas. Ora, a alimentação nos acompanha várias vezes durante o dia (não considerando os que passam fome), e, vigiando-a, teríamos uma forte possibilidade de conseguirmos alguma coisa interessante.

Então, qual seria uma alimentação mais adequada? Qual a alimentação que poderia possibilitar a diminuição dos impactos ambientais? Como poderíams "comer" menos o planeta Terra? A resposta é também bastante simples: não ingerindo produtos de origem animal, inclusive CARNE.

Além dos problemas da produção de carne para o meio ambiente citados anteriormente, pode-se, ainda, citar dados estatísticos que comprovam que a produção de vegetais, em termos alimentares, é mais coerente à existência humana em relação à produção de carne, utilizando outro fato importante, que é a quantidade de alimento produzido pelo gado em relação à quantidade de alimento que a ele é fornecida para isto. Se pode-se produzir menor quantidade de alimento de origem animal, em 1 hectare, em relação à quantidade de alimento vegetal, no mesmo hectare, e a conversão do alimento (vegetal) fornecido ao gado para produção de carne é um déficit, então produzir carne é um erro.

Na verdade, cada quilograma de alimento vegetal fornecido ao gado é convertido, neste animal, em 71 gramas de carne. E se pensarmos que para se ter produzido aquele quilograma de vegetal foram necessários, em média, 1.300 litros de água, se se for produzir 1 quilograma de carne serão necessários 15.000 litros do mesmo tipo de água (potável).

Pensemos: se produzir vegetal provoca impactos ambientais e a humanidade, devido ao seu grande número de indivíduos, necessita de grande quantidade de alimento para se manter, quantas vezes mais impactos ambientais são causados pelo fato de se produzir carne sabendo que, além de ela alimentar equivalentemente, em termos de produção por hectare, menos, a sua própria produção exige muito mais dos recusos naturais em relação à produção de alimento de origem vegetal?

Dessarte, o indivíduo ocidental que come carne e resolve preocupar-se com a Terra em perigo, tem a opção obrigatória de não comer carne, rompendo com toda a cultura estabelecida dentro de si mesmo, através da utilização de uma capacidade oculta que vai muito além do caso de o ser humano ter um alto grau de racioalização ou um telencéfalo superdesenvolvido.

Pense nisto!